O aprendizado da leitura geralmente tem início aos cinco ou seis anos de vida, mas, para muitos, esta descoberta chega um pouco tarde.

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Descobrir o mundo sozinho através de um conjunto de letras ordenadas sob a forma de palavras em folhas de papel torna-se uma das experiências mais fascinantes vividas pelo homem, como o caso do pescador Antônio Marcos, que cresceu dependendo do trabalho na agricultura e na pesca, retomando os estudos contando com a colaboração de professores e professoras que acreditam no programa Pescando Letras, do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA).

Assista ao vídeo que conta um pouco dessa história de superação.

O programa

O Programa Pescando Letras, de alfabetização de adultos, já beneficiou 190 mil pescadores e aquicultores – aproximadamente 20% dos pescadores profissionais do País – desde que foi criado em 2003, após a 1ª Conferência Nacional de Aquicultura e Pesca. No evento mais de mil delegados de diferentes regiões do país referendaram a alfabetização como prioridade do setor pesqueiro.

Metodologia

A metodologia do programa respeita a cultura, a experiência e a realidade dos pescadores. “As turmas são formadas aproveitando os períodos de defeso e piracema, quando os alunos não saem para pescar e recebem o seguro defeso, pago pelo Ministério do Trabalho e Emprego”, afirma o diretor do MPA Henrique Almeida.

O aprendizado, que demanda entre seis e oito meses de sala de aula, considera a experiência de vida dos pescadores em rios, lagos, mangues ou no litoral. Filhos de pescadores, a partir dos 15 anos de idade, também podem participar.

No início o Programa Pescando Letras foi possível com a participação do Serviço Social da Indústria (SESI) e entidades ligadas ao setor pesqueiro. No entanto, um substancial reforço ocorreu em 2005, quando o programa passou a contar com o apoio do Ministério da Educação, mediante um termo de cooperação técnica com o MPA, e se tornou uma variante do Programa Brasil Alfabetizado.

Conheça um pouco mais sobre o programa:

Participação

A inscrição dos pescadores e aquicultores no programa é feita pelas secretarias estaduais ou municipais de educação que fizeram a adesão ao Programa Brasil Alfabetizado, de acordo com Henrique Almeida. Assim, a comunidade deve apresentar suas demandas diretamente para as secretarias de educação estaduais ou municipais (Prefeituras).

Também pode enviar as solicitações para as Superintendências Federais da Pesca e Aquicultura, que representam o MPA nos estados. As superintendências então irão articular junto às secretárias de educação a formação de turmas do Programa Pescando Letras.

O programa tem a meta de alfabetizar mais 80 mil pescadores artesanais até 2015, segundo Henrique Almeida, diretor de Planejamento e Ordenamento da Pesca Artesanal.

Na região Nordeste estão sendo preparados alfabetizadores e coordenadores de turma, visando a alfabetização de mais 17 mil alunos. Deste total, quatro mil devem ser da Paraíba, três mil do Ceará e dez mil do Maranhão.

No Ceará, os alfabetizadores e coordenadores de turma têm encontro marcado para os próximos dias 06 a 11 de outubro.

Para ampliar ainda mais seu conhecimento sobre a questão da alfabetização de pessoas que sobrevivem da pesca, conheça o programa na íntegra, disponível no portal do Ministério da Educação.

PROGRAMA PESCANDO LETRAS 
Proposta Pedagógica para a Alfabetização de 
Pescadores e Pescadoras Profissionais e 
Aqüicultores e Aqüicultoras Familiares